13° ADIT Share apresenta estudo do cenário da multipropriedade
Atualmente são 216 empreendimentos ativos no Brasil, espalhados em 97 cidades em 18 estados do Brasil com um VGV de R$ 93 bilhões
Direto de Foz do Iguaçu (PR) - Com o tema "Cenário de desenvolvimento de multipropriedades no Brasil - 2025", a segunda palestra da 13ª edição do ADIT Share, evento que acontece no Bourbon Cataratas do Iguaçu, em Foz do Iguaçu (PR), e que vai até amanhã, 12 de junho, teve a presença de Caio Calfat, Presidente do Conselho da ADIT Brasil e Sócio e Diretor Geral da Caio Calfat Real Estate Consulting; e Fernanda Nogueira, Diretora da empresa.
Caio Calfat começou sua explanação dizendo que este é o nono ano em que foi apresentado o relatório sobre o desenvolvimento de multipropriedades no Brasil. Fernanda Nogueira foi a responsável por apresentar os dados coletados pela pesquisa. "A multipropriedade passou a focar nos serviços, a experiência do cliente tem ganhado muita relevância, inclusive na sala de vendas. O discurso é voltado para quais serão os benefícios que esse cliente terá e quais outras atratividades o produto agrega", ela enfatizou.
São 216 empreendimentos ativos no Brasil contra 200 registrados em 2024 e 109 em 2020. Outro dado que também chama à atenção, é o crescimento no número de cidades em que o modelo da multipropriedade passou a ser comercializado. Em 2020 eram apenas 60 cidades e nesse estudo atualizado já são 97 cidades em 18 estados do Brasil. E o VGV potencial do setor está na casa dos R$ 93 bilhões, mesmo considerando a retirada do VGV relativo aos empreendimentos que migraram para o modelo residencial convencional.
A grande novidade do estudo deste ano é a identificação de um novo fenômeno no setor: o surgimento de empreendimentos que deixaram de operar como multipropriedades e foram convertidos em residenciais convencionais. No total, 16 empreendimentos passaram por essa transição no último ano. Essa movimentação é inédita e impacta diretamente os números consolidados do setor e apesar disso, o mercado continua em crescimento.
Outro dado que chama atenção é o crescimento do Nordeste na área de multipropriedade, figurando na segunda região do Brasil com maior número desse tipo de empreendimento. Em relação ao estoque de unidades de multipropriedade apresentado nesse novo estudo, permanece estável, em torno de 42%.
Esse índice não é considerado baixo, mas também não chega a ser elevado. É um patamar que se mantém há pelo menos três anos, o que demonstra uma relativa estabilidade.
Em lançamentos, esse ano contou com 20, um crescimento em relação a 2024, que teve 15.
"Observamos uma mudança no perfil dos compradores, inclusive pessoas solteiras estão adquirindo esses produtos. As pessoas também estão procurando ter mais de um empreendimento em multipropriedade", diz Calfat. Já nas unidades habitacionais, há mais de 27.000 no Brasil. O Valor Médio da Fração está em R$ 75.927.
Em termos de VGV, a região Sul lidera. "Quando mais formatado pelo produto, mais a multipropriedade consegue gerar valor. Vale destacar o crescimento do VGV na região Sudeste, anteriormente era considerada como 'patinho feio' nessa área", concluiu Fernanda.
Mesmo com a taxa Selic em 14,75%, que afeta diretamente o mercado imobiliário, ainda há produtos da indústria de tempo compartilhado que conseguem fechar a conta. Isso ocorre principalmente com empreendimentos muito especiais, em destinos de alto desejo e valor percebido. São casos em que a atratividade do produto é tão significativa que o consumidor, mesmo diante de condições financeiras adversas, vê valor suficiente para realizar a compra. Os dados confirmam os excelentes indicadores registrados na edição anterior em que 85% das respostas foram positivas, o que demonstrou um alto nível de satisfação dos consumidores com seus empreendimentos.
Fonte: Revista Hotéis